Formação continua de professores

Ao iniciar uma discussão que tenha como tema central a formação continua de professores e o uso de ferramentas que o auxiliem nessa atividade, o e-portfolio se aproxima a um “diário de bordo” que deve acompanhar o professor desde a sua formação até o exercício da função em sala de aula ou EaD.

Nos últimos anos temos notado uma convergência para a comunicação digital e suas facilidade de produção e circulação de informações, a internet possibilita a qualquer pessoa que a ela tenha acessa, publicar e compartilhar seus pensamentos, atividades cotidianas, produções artísticas e tudo o que se possa transmitir por texto, imagem e som, e dentre os milhões de usuários certamente alguém irá se interessar pelo conteúdo produzido e dê alguma importância a esse.

Quando nos voltamos para o meio acadêmico, o uso de uma ferramenta digital de publicação de conteúdo, como um Blog, uma página em uma rede social ou mesmo um site pessoal traz a possibilidade de o agrupamento de informações focadas em um tema ou evolução de um tema dentro de uma área do conhecimento, que poderá ser acessado para simples leitura, discussão sobre um tópico, ou avaliação profissional, dependendo do público que o acessa. Ao pensar na relação entre professor e alunos, o uso de um e-portfolio pode ser o local onde o professor irá direcionar os alunos para a realização de uma atividade de leitura e criação de linha de discussão, ou para acessarem uma área dedicada a curadoria de conteúdo relativo a um assunto abordado em sala de aula, além de ser uma ferramenta de aproximação entre o professor e os alunos. Entre professores, o e-portfolio  pode ser um meio de discussão sobre um determinado tema e meios de abordagem deste com os aluno, citando como possível exemplo, pensando o e-portfolio como uma pasta de apresentação de trabalhos, o docente pode utilizar o seu e-portfolio para divulgar uma atividade desenvolvida em sala de aula e seus resultados práticos, que podem servir de inspiração para outros docentes, e dependendo das funcionalidades disponíveis na ferramenta digital utiliza da construção deste, outro professores poderão comentar sobre suas experiências de reprodução dessa atividade. E finalmente, em um uso pessoal, o e-portfolio pode ser para o professor um meio de registrar seus desafios diários e quais as saídas utilizadas para sua transposição, além de um registro formal de suas atividades primordial, e um meio de publicação de seus pensamentos e opiniões.

Em uma dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, com o tema “Blogs Pedagógicos: Possibilidades de uma Educação Holística” a autora apresenta uma supervalorização de uma ferramenta digital como possibilidades de interação limitada para o desenvolvimento de uma educação holística, e para esse fim a autora em um trabalho conjunto com alguns professores, criaram blog onde eram desenvolvidos desafios holísticos que dependiam de uma produção de conteúdo para que o tema fosse tratado com os alunos, e no capítulo 6.2.2 Das Dificuldades Pessoais Às Reflexões Coletivas, os professores participantes relatam certa dificuldade e falta de familiaridade com o uso de computadores e ferramentas digitais, e por fim, esses blogs foram abandonados após a conclusão do trabalho.

Com base no parágrafo anterior, e fazendo uma relação com o meu trabalho na Editora, eu sempre fico preocupado com a preparação e auxílio que os professores recebem para se adaptarem ao uso de ferramentas digitais, pois muitos recebem essas sem o acompanhamento do devido treinamento, falar do uso de novas tecnologias para professores em processo de formação pressupõe um certo grau de conhecimento dessas, mas quando voltamos a atenção para professores que lecionam a mais de 2 décadas, o uso dessas ferramentas não faz o menor sentido, principalmente por eles não se sentirem preparados para usá-las diante de alunos nascidos na era digital. Ao falar em formação continua de professores temos sempre que olhar para um público alvo que, em grande parte, está atuando profissionalmente desde antes do advento da Internet e utilizar ferramentas simples como um blog ou mesmo uma página no Facebook para a construção de um “ensaio” de portfólio digital pode servir como um ambiente de imersão em tecnologias digitais de comunicação para que os professores se adaptam e passem a se aproximar dos meios de comunicação que os seus alunos estão utilizando, e durante o processo de construção do conteúdo, se amparados por uma tutoria adequada, possam entender e buscar informação nos mesmos locais que os alunos fazem, em sites de busca, canais de vídeos e fóruns.

A formação continua de professores deve se valer de todos os meios disponíveis, contando com uma boa orientação e acompanhamento para que professores de diferentes faixas etárias  possam utilizar os meios meios para uma educação de qualidade.

A importância do design instrucional no contexto da educação a distância

Para iniciar a discussão acerca da importância do Designer Educacional cito a definição de Moreira,2009:

O design educacional é, em geral, o profissional com perfil interdisciplinar, em especial nas áreas de educação, comunicação e tecnologia,articulando várias funções. Acompanha o processo desde o planejamento até a etapa de avaliação de um curso ou atividade a distância.

Com a base dessa definição e a relação com o fluxo da produção de materiais, elaborada pela Equipe de Produção de Materiais do Departamento de EaD do IFSC fica claro que o Designer Instrucional é o profissional responsável por realizar não só apenas o gerenciamento do projeto educacional de um curso a distância, mas também o profissional que tutoria todas as atividades dos profissionais envolvidos no desenvolvimento do curso, realizando a ligação das diversas competências envolvidas.

Da mesma forma que os Designers Instrucionais realizavam os treinamentos para os soldados da segunda grande guerra, pensando um público alvo bem definido e um meio de transmissão de conhecimento, em cursos a distância os Designers Instrucionais são os responsáveis por viabilizar a passagem de conhecimento em uma nova mídia para um público específico, seja ele um expert em tecnologia, ou em analfabeto digital que está adentrando o mundo virtual, por este motivo a multidisciplinaridade de competências desse profissional é um requisito tão importante, pois não é necessário apenas entender o público alvo, mas também as mídias que serão utilizadas para a execução do curso.

Esse profissional servirá como ponto de apoio para os demais profissionais envolvidos no fluxo de desenvolvimento do curso e por isso os requisitos profissionais para a ocupação desse cargo são abrangentes, pois esse deve circular e interagir com profissionais de diversas competências e fazer com que todos caminhem na mesma direção e entendam claramente quais são os objetivos do curso e as mídias que serão utilizada.

Ao realizar a linearização das atividades de um Designer Instrucional podemos formar uma linha do tempo que percorre todo o fluxo de produção de um curso, iniciando o projeto com o levantamento das necessidades de instrução a distância, a análise do público alvo, a concepção e planejamento do projeto pedagógico pensado para a mídia a ser utilizada, realizar a adaptação dos conteúdos a serem utilizados no curso para o uso nas mídias disponíveis e adaptadas ao público alvo, realizar o pensamento dos meios de distribuição do material e sua organização dentro das partes do curso, participar dos planos e meios de avaliação e todo esse processo guiado por um storyboard que servirá para toda a equipe envolvida.

Em suma o Designers Instrucionais tem papel chave em todo o projeto de desenvolvimento de curso de EaD, pois será o responsável por guiar os demais profissionais envolvidos a desenvolverem um curso que tenha todas as características necessárias para uma transmissão de conteúdo a distância que chegue aos resultados esperados.

Resenha da série de vídeos “Destino: Educação”

Série de vídeos  que analisam 6 países participantes do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos que é uma avaliação internacional que mede o nível educacional de jovens de 15 anos por meio de provas de Leitura, Matemática e Ciências)

Episódio 1 – Xangai:
https://www.youtube.com/watch?v=eEurqaMidms

Nos últimos 10 anos, o foco da educação de Xangai tem sido atender a mais pessoas, a cada estudante e por toda sua vida, com preocupação em atender não apenas os estudantes nascidos em xangai também os estudantes que vêm de outras partes da China, prestando cada vez mais atenção nas pessoas comuns, pois no passado o foco era a elite da população.

Para os jovens de Xangai os estudos sempre estão em primeiro lugar, esse fato está de acordo tanto com os pensamentos dos pais como dos próprios alunos e atividades de lazer são deixadas em segundo plano e não podem atrapalhar os estudos.

Xangai ficou em primeiro lugar no PISA, isso se deve a grande importância que a China dá ao conhecimento dos estudantes, e ao fato de os estudantes estudarem todos os dias nas escolas e continuam a estudar quando voltam pra casa e estudam aos finais de semana. Os horários descritos são no vídeo são: de segunda a quarta 7:30 as 17:10, de quinta o término é as 16:30 e de sexta em torno da 13:00, 14:00 horas. Em comparação com estudantes ocidentais, os orientais dormem 1 hora a menos devido a sobrecarga nos estudos e atividades que são passadas para casa.

Há uma crença de que a educação mudará o destino das pessoas, sejam elas pobre ou ricas, professores ou camponeses, a longa história da china tem mostrado o resultado nessa crença.

Episódio 2 – Finlândia:
https://www.youtube.com/watch?v=Bj9ciijbMj8

No PISA está entre os 3 melhores do mundo em matemática, ciências e linguagem. Para se entender o sucesso da educação nos dia atuais deve-se pensar no passado para podermos ver o ponto de partida, por a finlândia ter sido um país pobre, onde muitas famílias eram pobres, que durante a independência, que ocorreu a menos de 100 anos, não tinham acesso aos estudos, e os finlandeses entendiam que sendo uma população pequena e um país pequeno, tinha que possibilitar que todos os habitantes tivessem acesso à educação,  desde de 1800 era muito importante para os pais que os filhos aprendessem a ler pois nessa época não era possível e casar sem a compreensão da leitura.

Alguns atributos dos professores que dizem respeito a status social, como por exemplo que são pessoas importantes para a elite finlandesa; que durante a independência os professores tiveram um papel muito importante no processo de ganho de confiança como nação e são profissionais muito respeitados e de confiança na sociedade finlandesa.

Há 90 anos, as leis definiram que todos têm o direito de ir a escola independente da sua classe social, e todos os estudantes teriam o mesmo padrão de educação. A Finlândia tem uma tradição de mais de 40 anos de investimento na educação dos professores, essem tem nível universitário com grau de mestre como requisito mínimo. A escola básica obrigatória tem 35 anos, antes disso havia o chamado sistema paralelo, no país não há muitas escolas particulares, mas mesmo essas seguem a base curricular da escola obrigatória. Existe um pré primário para as crianças de seis anos, mas esse não é obrigatório, é um  direito subjetivo para os pais e quase a totalidade das crianças nessa idade usam desse direito.

Tornar-se professor na Finlândia é muito popular, tem um salário na faixa mediana, estabilidade e status social muito alto. Olli Luukkainem, presidente do sindicato da educação diz que o salário não é adequado às exigências de formação e da profissão de professor. Existe um programa de formação de professores e ao longo dessa eles produzem três teses, uma de nível de bacharelado ao longo dos dois, três primeiros anos, ao longo do 4º ano fazem a teste de orientação pedagógica e a última é a tese de mestrado. Na formação de professores da escola primária, a principal disciplina é educação ou psicologia da educação, ou seja, a ênfase é em educação, em como educar pessoas jovens. A filosofia na educação de professores do ensino secundário é diferente, os estudantes começam com os estudos das matérias, onde estudam por 2 ou 3 anos as matérias e fazem visitas em escolas e recebem orientações sobre a vida escolar. Durante a formação dos professores se espera que eles internalizam a ideia de um ensino baseado em pesquisa, ou seja, que eles vejam seu trabalho na escola como um laboratório, além de terem desde o começo dos estudos uma forte ênfase sobre o que é profissão de professor. As escolas contam com professores para necessidades especiais das crianças, eles tem a responsabilidade de auxiliar os alunos que apresentem dificuldades em leitura, escrita ou algum problema de comportamento, esse auxílio tem como principal intuito que esses alunos continuem nas turmas normais. Comparado a China, os alunos finlandeses tem menos pressão, tanto das escolas como dos país, o tempo dedicado aos estudos não foi citado no vídeo, mas fica claro que não ocupa muitas horas diárias dos alunos.

Episódio 3 – Chile:
https://www.youtube.com/watch?v=C5zL4EOSRuc

O Chile é o país latino melhor colocado no Pisa 44º colocação.

Mario Waissbluth, coordenador nacional da Educación 2020, relata que quando nos referimos aos documentos históricos da situação da educação na América Latina, onde os membros da elite declaravam, até menos de cem anos atrás, que o natural seria que os mais pobres não tivesse o mesmo tipo e nível de educação dos mais ricos, situação que se repete até hoje, com quase 500 anos de desigualdade e inequidade.

No Chile, existem 3 modalidades de ensino, o ensino particular, pago; a particular subvencionada, que significa que tem um investidor, um representante legal,  investe em um projeto, que é um colégio, e o Estado ajuda a financiar esse projeto; e os colégios municipais. Mais da metade dos estudantes do Chile estão matriculados em escolas particulares. Dentre os países que participam do PISA, o Chile é o país que apresenta a maior segregação escolar, ou seja, os alunos se dividem nas escolas de acordo com as características socioeconômicas das famílias. Essa questão da segregação é exemplificada pela fala do estudante de 16 anos, Gustavo Salazar que diz: você aprende pelo dinheiro que você tem.” A tendência na última década tem sido as famílias optarem pela escola particular subvencionada, um dos benefícios dessas instituições é o fato de não haver greve, e a preocupação após cada greve do sistema municipal de ensino, faz com que as famílias que se preocupam em dar uma boa educação para os filhos optam por matriculá los em escolas particulares do sistema subvencionado.

No Chile existe um exame nacional que mede o nível da educação, chamado  SIMCE, que é aplicado todo mês de outubro em todo o país e em todas as escolas, independente do sistema, público, particular ou subvencionado, mas o resultado é dado de forma bruta, o que acaba tornando o resultado inqüerente, uma vez que o nível das escolas é muito discrepante, há a necessidade de se segmentar os resultados por escola para obter resultados precisos do valor agregado por escola, não para realizar uma comparação com as demais, mas sim para medir a evolução da mesma, pois caso haja algum tipo de comparação entre as escolas das classes mais altas com as escolas das áreas mais pobres haverá um certa frustração dos professores pela diferença que existe.

O Teste de Seleção Universitária (PSU) é uma prova escrita padronizada, implementada no Chile desde 2004 para o processo de admissão ao ensino universitário. É preparado pelo Departamento de Avaliação, Mensuração e Registro Educacional (DEMRE) da Universidade do Chile, 1 por mandato do Conselho de Reitores das Universidades Chilenas (CRUCH) .2 A UPA é utilizada pelas universidades chilenas pertencentes a CRUCH , que agrupa as chamadas instituições “tradicionais” e certas universidades privadas atribuídas sob o chamado “sistema de admissão único” (SUA); 3, além disso, a PSU é utilizada por outras universidades privadas próprias admissão.

Ser professor no chile é algo puramente vocacional, pois a profissão não é bem remunerada e a formação de professores não é suficiente para a preparação do professor, essa afirmação se faz com  base nos primeiros resultados da Prova Inicia, que é uma avaliação que mede os saberes e competências dos alunos que estava a ponto de se formar para a profissão de docente, e o resultado foi que metade dos alunos não tinham conhecimento que deveriam ter para ensinar os alunos, e por esse motivo agora no Chile há um forte movimento para efetivamente conseguir uma maior regulamentação na formação dos professores. Sobre a regulamentação dos conteúdos o Ministério da Educação fornece as diretrizes onde os conteúdos estão estruturados por cada setor da educação, e os professores têm certa flexibilidade sobre esse conteúdo, mas eles se sentem limitados por estarem sendo sempre avaliados com base nessas diretrizes.

Episódio 4 – Coreia do Sul:
https://www.youtube.com/watch?v=MCzggm56cKs

País com um forte pressão das famílias por resultados é o 5º melhor colocado no PISA. O sucesso da educação na Coreia se dá pela forte parceirinha entre o Governo e os pais dos alunos, e a importância dada para a educação pela sociedade.

Os anos 70 foram uma época de difusão na educação, onde foi adotada a educação gratuita para o ensino fundamental I e II, o que proporcionou o acesso ao grande número de alunos o que provocou uma queda na qualidade do ensino, junto a isso o governo adotou o ingresso no fundamental II sem a necessidade de um exame de seleção. Em 1974 foi adotada a democratização do ensino médio. Se na década de 70 o principal intuito do governo era o de democratizar o ensino, a partir de 2000 os esforços passaram a ser em aprimorar a qualidade da educação através da harmonia entre a simplificação e a democratização da educação. A educação foi uma das responsáveis para o crescimento econômico da coreia após a guerra de 1953, além de fatores como capital, tecnologia a educação é apenas um dos fatores.

Em uma fala dos alunos do ensino fundamental foi levantada a questão sobre as escolas mistas que, onde estudam homens e mulheres, e eles mesmos ressaltam que como  o ensino médio é mais pesado pelo fato da preparação para a faculdade, as escolas separadas. Yun-Kyung Cha, diretor Instituto Pesquisa Educacional da Universidade Hanyand explica o motivo dessa separação, pelo fato das meninas conseguirem suprimir melhor suas emoções do que os meninos elas conseguem focar mais nos estudos, já os meninos, durante a adolescência não são muito pacientes, e complementa falando sobre quando as escolas mistas realizam o ranking dos estudantes, as meninas estão no topo e os meninos mais abaixo, esse seria o motivo de os pais dos meninos preferirem o ensino em escolas separadas.

Os alunos coreanos vivem em um ambiente muito competitivo, sua conquistas são  baseadas em uma competição implacável, e a sociedade, os pais e os professores torturam os alunos para que eles seja os melhores, que cheguem mais alto, isso faz com que alunos se suicidem por não conseguirem alcançar as expectativas dos pais, além do que os estudantes em sua maioria não estão felizes com a situação em que vivem. Os pais têm uma presença muito forte nas escolas coreanas, desde participação da construção do currículo, a voluntariado na segurança, essa presença dos pais nas escolas faz parte da cultura coreana. O estudante Lee Dong Jae, de 15 anos explica sobre a importância do gerenciamento de tempo nos estudos pois a carga horária de estudos por dia é muita alta, ele estuda por aproximadamente 8 horas na escola, ao chegar em casa toma banho janta e continua os estudos até após as 22:00 e nos finais de semana estuda em torno de 10 horas por dia.

O mercado de cursos particulares na coreia movimenta muito dinheiro pois 100% dos alunos frequentam esses cursos que são pagos pelas famílias e pesam no orçamento.

Son Woong, Diretor geral do escritório de educação de Seul, explica sobre as mudanças que estão sendo feitas nas metodologias de ensino pois mesmo as notas dos alunos coreanos sendo umas das mais altas do mundo, a capacidade de estudar por si e o interesse pelas aulas é muito baixo, com isso as novas políticas educacionais estão promovendo a cooperação ao invés da concorrência, debates ao invés de leituras individuais, o propósito dessas mudanças são de desenvolver a criatividade, aumentar o interesse pelas aulas e desenvolver o lado humano dos alunos. Os próprios alunos questionam as formas como eles estudam, apenas memorizar e escrever, e incentivar uma educação com mais autonomia e trabalhos que que desenvolvam a aplicação do conhecimento, também são questionados as preocupações exageradas das escolas com o uniforme e cortes de cabelo, e os alunos defendem que cada um deveria se vestir de acordo com seu estilo e sua vontades.

Na coreia do sul, 5% dos alunos escolhem a profissão de professor por ser uma profissão muito bem remunerada, sendo um dos mais altos entre os países da OCDE, e ter alguns benefícios como a aposentadoria garantida aos 62 anos de idade. A profissão de professor ocupa a primeira ou segunda posição entre o ranking de profissões preferidas do povo. Geralmente o professor tem 44 horas de carga horária semanal, sendo 19 horas semanais de aula, 2 ou 3 horas de atividades extraclasse, e o restante dedicado ao preparo da aula,  e existe um sistema de níveis onde um professor nivel II se refere ao professor recém formado e o nível I que se refere ao professor que após iniciar a profissão retorna a faculdade para um curso de 300 horas da matéria escolhida.

 

Após uma consultoria contratado com profissionais dos EUA e outros países a Coreia criou o KEDI (Instituto de desenvolvimento educacional Koreia) que é dedicado a formação de professores. Sung Ho Kwon, Diretora do instituto de tecnologia da educação, explica que hoje na coreia o problema com o uso de novas tecnologias não está ligado a questões físicas, como computadores ou programas e sim em não terem conteúdos de qualidade.

Episódio 5 – Canadá:
https://www.youtube.com/watch?v=mqj2Uun2Kg8

Entre os 7 melhores do mundo em educação. Em ontário existem 4 conselhos escolares públicos, conselho secular, o católico, o francês secular e o francês católico. Francine Dutresac, escola de professores do Ontário, afirma que em termos de educação não há elite, todos têm direito ao mesmo nível de educação, todas as crianças têm direito a uma educação pública de excelência. Os alunos de Ontário são frequentemente reconhecidos pelos bons resultados na educação, existe uma equidade nos resultados mesmo havendo muitos imigrantes na cidade. Os alunos canadenses são identificados de várias etnias e origens, mas todos tê o mesmo direito a uma ótima educação, quando são identificados alunos que precisam de algum apoio ou aulas de reforço a própria escola tem essa responsabilidade. Dos imigrantes os latino americanos são os únicos que têm mais dificuldade para terminar os estudos, já os asiáticos e europeus algumas vezes tem resultados melhores do que os estudantes nativos.

O período escolar é dividido em 2 períodos, das 8h30 às 15h.

Existe um programa chamado PANA -Programa de Acesso aos Novos Alunos, que serve para apoiar os novos alunos, em especial os imigrantes a terem suporte nas suas dificuldades de adaptação, pedagógico ou de língua. Os professores têm muita autonomia na decisão de o que fazer com os alunos, o governo e as províncias não tentaram roteirizar tudo o que os professores fazem.

Todos os professores devem ser graduados e todos estão engajados em programas de desenvolvimento profissional, fazendo cursos de verão, mestrado, doutorado. Os professores trabalham em 4 turnos de 75 minutos, sendo 3 em aulas e 1 preparando as aulas. A metodologia de ensino que está sendo indicada para que os professores apliquem em sala de aula é a prensagem pro projeto, o que faz com que os alunos se dediquem mais ao aprendizado e o professor não precise explicar o porque os alunos estão aprendendo algo, quando o aluno aprende a partir de uma necessidade fica claro os motivos pelos quais ele está aprendendo algo. Não se deve apenas educar a mente, deve-se educar o coração para os estudantes de hoje se tornem bons cidadãos e se preocupem com a sociedade em que vivem, e também é o papel dos professores e escolas trabalharem nos alunos essas novas habilidades, as chamadas habilidades de século XXI.

 

Os alunos são incentivados a expressar sua arte, e ganharem apreço pela arte e pela música, deve-se pensar nesses alunos como criadores ativos de cultura e trazer o século XXI para a sala de aula.

Tanto os professores como diretores estão percebendo que tentar ensinar a toda a classe da mesma forma não é o correto, deve existir um certo nível de personalização para que os alunos aprendam algo e não percam o seu tempo. Um dos sucessos da qualidade da educação é o fato de os professores darem muita ênfase a leitura e interpretação de texto, pois não basta apenas saber ler, os alunos precisam entender aquilo que estão lendo, mas não há uma divisão em 2 grupos de prioridade como por exemplo, haver um grupo principal de disciplinas como linguagem e matemática, todas as disciplina são importantes e têm o mesmo peso na educação.

Nas escolas estão utilizando tecnologia para proporcionar aos alunos novos meios de instrução além de desenvolver sistemas que dêem feedbacks em tempo real.

Avis Glaze, ex-conselheira do Ministro da Educação termina o vídeo com o seguinte texto:  Se quisermos preservar a democracia, se quisermos que nosso país continue sendo um ótimo paìs para se viver e trabalhar, então educação é a chave. É preciso toda uma cidade para educar uma criança.

Episódio 6 – Brasil:
https://www.youtube.com/watch?v=jp8ZVWU1gl8

53º lugar no PISA em matemática, ciências e linguagem.

A educação chegou muito tarde no Brasil, 1808 e o atraso educacional brasileiro é o grande erro coletivo que a sociedade cometeu no século XX, a sociedade passou por uma transição demográfica sem universalizar a educação. O fato de termos uma geração que recebeu uma educação ruim no passado faz com que estejam satisfeitos com os níveis de educação que seus filhos recebem.

No constituição Brasileira diz que a educação é um direito de todos e um dever do estado e da família, mas as famílias se ausentam do processo educacional, parte culpa da escola por assumir pouco diálogo com os pais, e educação é algo entregue para a escola e a relação de contato acontece apenas em questões de soluções de problemas.

O grande desafio do Brasil é garantir a educação de qualidade para todos, primeiro porque é um direito de todos ter uma educação de qualidade, o segundo é o fato de a educação ser uma política estruturante para  garantia de outros direitos sociais, econômicos e o terceiro para o desenvolvimento do país.

A carga horária das escolas é de 7h 11h30 e a necessidade é de escolas com maior carga horária e menor número de alunos.

O sistema de ensino é descentralizado, no âmbito federal ele discute e define políticas ; amplas e comuns a todo país. A distribuição de atribuições é dividida da seguinte forma: o município é responsável pela educação fundamental, e estado é responsável pelo médio e a federação pelo ensino superior público. Apenas 11% dos alunos que concluem o ensino médio têm aprendizado mínimo esperado em matemática.

No Brasil a profissão de professor é mal reconhecida socialmente, o professor é visto como uma pessoa que está mais ou menos, que não conseguiu um posto de melhor colocação. O professor não é valorizado não apenas financeiramente, mas institucionalmente, os professores, por conta dos baixos salários, são obrigados a dar aulas em diversas escolas, não tendo tempo para participar da vida administrativa da instituição ou mesmo tento tempo para se dedicar a preparação das aulas e correção de provas e trabalhos. A profissão de docente muitas vezes é tida como uma segunda função.

Para se ter uma educação de qualidade é preciso ter professores de qualidade, e para isso é preciso ter uma formação de qualidade, não apenas teórica, nas disciplinas em que o professor se especializou, é preciso ter uma formação pedagógica, no que é ser professor e de como as crianças aprendem.

O Brasil tem diversos meios avaliativos do ensino, mas ainda não sabe como fazer uso dos resultados.

E escola está muito centrada na informação que está no livro, em uma repetição de algoritmos, enquanto que a vida não nos pede isso, a  vida nos pede competências para a vida.      Desigualdade na educação está em todos os níveis, entre regiões, entre estados, entre municípios, entre bairros e dentro da própria escola e o objeto de desejo da classe média é o de colocar os filhos nas escolas particulares.

Infelizmente em comparação as entrevistas realizadas com os alunos dos demais países os alunos brasileiros acham graça em estudar apenas na escola, em não estudar em casa, em não fazer mais nada na vida, essa falta de interesse dos alunos por uma educação melhor e mais engajamento pessoal em estudar reflete a situação atual do país.

Letramento digital é urgente

É urgente. De acordo com o recente estudo Horizon Report, do New Media Consortium, escolas precisam preparar estudantes para lidar com o ambiente digital de maneira crítica. A aprendizagem em dispositivos móveis já é uma realidade, mas é necessário produzir conteúdo e navegar com segurança e consciência dos riscos que a internet oferece. Uma ferramenta lançada em novembro que contribui para a construção desse cenário é o guia sobre Educação Aberta, que mostra como criar, modificar e compartilhar conteúdo traz benefícios para quem ensina ou aprende, além de economia para secretarias de educação. A publicação destinada a gestores e demais interessados é gratuita.

Ainda sobre o tema tecnologia, artigo do especialista em educação Rafael Parente traz dados da pesquisa “O que pensam os professores brasileiros sobre a tecnologia em sala de aula?“, conduzida pelo Todos pela Educação, em parceria com BID, Instituto Natura, Itaú BBA, Fundação Telefônica e Samsung, para defender que o papel dos docentes continua e continuará sendo essencial.

Já o livro “Metodologias ativas para uma educação inovadora”, organizado pelos educadores Lilian Bacich e José Moran, combina teoria com experiências em escolas públicas e privadas, além de instituições de ensino superior, para convencer educadores que uma outra educação é possível.

Outros debates importantes

A plataforma Engajamento Escolar, da Fundação Brava, discute causas, contexto e consequências da evasão, além de apresentar programas que atacam o abandono escolar de jovens com idade para estar no ensino médio. Ao Porvir, o economista Ricardo Paes de Barros defendeu a criação de sistemas de proteção ao aluno dentro das escolas.

Estudo feito pela ONU com apoio da Nike mostra que a prática de atividades físicas na escola contribui para o aprendizado, uma maior densidade óssea, um coração saudável, reduzir a depressão e a ansiedade e um futuro com mais bem-estar. Mas o que precisa mudar para que o movimento esteja presente na cultura escolar como um elemento central?

Empreendedores

Na série Desafio Start-Ed, você conhece o que empreendedores em educação estão planejando para as próximas plataformas, aplicativos ou projetos para ajudar a educação brasileira.

Em outra série, sobre protagonismo jovem, conhecemos o LêComigo, projeto dos irmãos Mateus, Maria e Pedro Caltabiano, que percorrem o país para distribuir livros em escolas públicas.

Temporada de Prêmios

A professora Elisângela Dell-Armelinda Suruí, de Cacoal (RO), foi escolhida a Educadora do Ano pelo prêmio Educador Nota 10. Na classe multisseriada de uma escola indígena, ela contou com a ajuda dos alunos para criar um caderno na língua paiter-suruí.

Após uma carreira acadêmica e profissional bem-sucedida nos EUA, Patrick Awuah voltou a Gana para criar a Universidade de Ashesi e levar inovação ao ensino superior de seu país. Essa trajetória rendeu a ele o Prêmio WISE 2017 e mais US$ 500 mil.

Diário de inovações

Um mês de muitos projetos nos relatos do Diário de Inovações. Nas aulas de história e geografia, Felipe Costa e Marcello Paniz usaram um menu de aprendizagem que poderia ter até um prato gastronômico como resultado das discussões sobre o surgimento dos estados-nações. Também usando projetos, Leonardo Mendes e Paloma Sanchez, professores de programação e ciências, criaram missões para serem cumpridas pelos alunos com auxílio de um robô feito de sucata eletrônica.

O olhar para a comunidade foi a chave para as produções textuais e danças criadas pelas professoras Amanda Omar e Virna Lopes, de uma escola quilombola. Para atender aos interesses dos alunos, pipas entraram na sala de aula da professora Rosângela Yamahita. Na turma do professor Vinícius Valença, as revistas criadas pelos alunos ganharam versões online e impressa.

O que está por vir

O mundo da educação vai estar movimentado no dia 5. No Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ), acontece a premiação da 3ª edição Desafio Criativos da Escola.

No mesmo dia, em São Paulo (SP), a Samsung anuncia os vencedores da 4ª edição do Prêmio Respostas para o Amanhã.

E no final da tarde, o CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira) realiza o 14º Conecte-C para discutir o novo plano de tecnologia Educação Conectada.

Já nos dias 12 e 13, a educação integral como um direito de todos é tema do 3º SIEI (Seminário Internacional de Educação Integral), uma iniciativa da Fundação SM e da Fundação Itaú Social, em São Paulo.

Portfólio digital na prática docente

… aprender, para nós e para os alunos, não significa simplesmente organizar informações, mas selecioná-las, organizá-las e interpretá-las em função de um sentido que lhes atribui, decorrente de nossa biografia afetiva-cognitiva. (L. R. Almeida)

Essa afirmação vai de encontro com os paradigmas educacionais que estamos enfrentando em uma sociedade que tem acesso a informação na ponta dos dedos. Fazendo um paralelo com a evolução da internet, na WEB 1.0 os usuários eram apenas espectadores que poderiam apenas ter acesso de forma passiva as informações, ou seja, o conteúdo da internet era apenas uma uma forma eletrônica de distribuição de conteúdo, essa evoluiu para a possibilidade de os usuários comentarem sobre os assuntos e interagir com os autores através de linhas de comentários inseridas nas páginas das matérias. Na WEB 2.0 os usuários passaram de simples expectadores para autores de conteúdo, onde um Blogs ou redes sociais é possível a publicação de conteúdos textuais, fotos, vídeos e qualquer tipo de conteúdo que possa ser compartilhada, pois em algum lugar do planeta vai existir um outro usuário que se interesse pelo mesmo assunto e queira discutir ou opinar sobre. Aproximando essa evolução do mundo escolar, os alunos sempre foram tratados como meros espectadores onde, segundo Paulo Freire exemplifica, os professores depositam conteúdo e sacam esse conteúdo em uma avaliação. Se fora do ambiente escolar existe essa possibilidade de interação, criação de conteúdo, compartilhamento de ideias, porque não transportar essa mecânica para dentro.

Coloco nessa mesma comparação o professor, que em um momento era apenas o detentor e transmissor do conteúdo, que na sala de aula do modelo industrial, havia apenas a relação unilateral de 1 para N, onde a interação do professor para os alunos era guiada por umlivro didático tendo o professor como o orador deste guia.

Voltando a citação inicial do texto, especificamente a parte “mas selecioná-las, organizá-las e interpretá-las”, vejo nessa a possibilidade e resposta à necessidade atual de mudança de paradigma da educação, essa colocação vai de encontro às novas metodologias de ensino, por exemplo a sala de aula invertida, onde o aluno fica responsável por adquirir o conhecimento sobre o assunto solicitado pelo professor, e como papel de organizador das fontes de conhecimento, o uso de um portfólio digital desenvolvido pelo professor, que passa a ser um curador de conteúdos, servirá como a fonte de conhecimento onde os alunos irão buscá-lo, tornando assim uma fonte confiável de consulta e também um local de interação atemporal entre professor e alunos, e alunos alunos, e por estarmos vivendo na era da informação, onde também há muita informação errada e incompleta de fontes não confiáveis, esse seria um local seguro para os alunos partirem um busca do conhecimento confiável.

Quando pensamos no papel de um professor que apenas transmite o conhecimento que está sedimentado nos livros didáticos, o uso de uma ferramenta como um blog permite que esse professor também crie seu próprio conteúdo, que passe a ser um pesquisador e os frutos da sua pesquisa estarão disponíveis não só para os alunos mas também para outros professores e interessados no assunto. Tirar o professor de um papel que de certa forma também é passivo, e colocá-lo no papel de protagonista das informações pode fazer com que esse se aproxime ainda mais da realidade em que os alunos estão inseridos, além de que o professor e os alunos estarão mais próximos das atualizações acerca de algum tema, uma vez que os meios digitais, diferente dos meios impressos possibilitam a edição de conteúdo a qualquer momento.

Quando falamos de meios avaliativos, sabemos que avaliar todos os alunos de uma mesma forma não é um método eficaz, quando ao invés de o professor avaliar friamente as resposta de um aluno em uma avaliação, fazendo uso de ferramentas como blogs, os comentários dos alunos e sua participação podem ajudar o professor a não só avaliar os alunos, como também abrir uma linha de discussão que ao  invés de apenas avaliar o professor pode ajudar o aluno em questão a sanar suas dúvidas e aprofundar sua pesquisa, ao chegar neste ponto esbarramos em um novo paradigma da educação, a personalização do ensino, aproximar os alunos e professores, sem as barreiras da sala de aula pode fazer com que o professor possa auxiliar os alunos que tenham alguma dificuldade a achar um outro caminho.

Já temos as ferramentas e os conteúdos, precisamos agora achar formas de unir essas 2 peças e prepararmos os tutores a utilizá las da melhor  forma possível.